Cats Curios@
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| Assunto: Was It a Dream? - One Shot (+16) Seg Set 22, 2008 7:08 pm | |
| Título: Was It a Dream? Autora: Cats Par: Bill/Tom Género: Twincest, One Shot, Ansgt Classificação: + 16 Sumário: Um sonho pode ser mais que um sonho. Muitas vezes o nosso subconsciente vai buscar algo que faz parte do nosso pensamento, dos nossos desejos e ânsias, mesmo que nunca o tenhamos admitido para nós próprios. O que fazer quando percebemos que aquele sonho em particular, nunca vai poder passar disso, de um sonho? O que fazer quando ganhamos consciência de que não vivemos nem metade do que poderíamos ter vivido, e de que não fizemos outro alguém tão feliz como poderíamos ter feito? Was It a Dream?
Na noite escura e aparentemente calma, um suspiro destaca-se no meio do silêncio espectral. Um rogaçar de tecido dá nome aos movimentos incontroláveis que se escondem por debaixo de lençóis brancos acetinados. De repente uma mão surge, mostrando-se ao mundo, gesticulando tempestivamente, afastando um pouco os lençóis e revelando o que por debaixo deles se escondia: dois corpos, unidos, insaciáveis na sua actividade acelerada e veloz.
A prudência é subitamente atirada ao ar quando os suspiros dão lugar aos gemidos, quando os corpos nus se entregam ao alvoroço e sentem incansavelmente o outro. Tudo deixa de importar, a realidade deixa de existir, a vulnerabilidade é esquecida e tudo passa a agir em conformidade com os movimentos repetitivos a que dão vida.
Uma mancha de cabelo escuro baloiça-se penosamente à medida que as pálpebras se cerram ainda mais, tapando assim os olhos escuros que por detrás delas se escondem. Bill trinca o lábio enquanto se sente abandonar-se mais, dar-se na íntegra, exaustar-se por debaixo daquele que continua a actuar sobre si. A cabeça é arremessada para trás, fazendo com que os cabelos pretos voltem a bailar, causando um elevar de tronco que aumenta ainda mais o prazer, que faz com que as carícias trocadas até então pareçam quase ordinárias.
Mãos trémulas aproximam-se bruscamente do seu rosto e fazem com que desperte da lassidão a que se tinha entregado. Deixa-se guiar pelos braços que o puxam e sorri quando percebe que a viagem termina num beijo exímio, carregado de magnificência, impregnado de desejo e sofreguidão.
Os corpos sentem-se a ascender; perdem-se na fervura do outro, esmagam-se mutuamente, encolhem-se e encaixam com perfeição um no outro. A pele de ambos começa num latejar deleitoso, fazendo com que um simples roçar se revele ávido e impaciente, permitindo que a fundição se torne mais profunda, mais penetrante. O suor é a única coisa que impede a ardência dolorosa, permitindo assim que as mãos consigam escorregar sem entraves, com que os corpos se possam sobrepor sem qualquer obstáculo.
A união torna-se quase perfeita à medida que palavras ardentes e trémulas são balbuciadas. As respirações tornam-se quase arrebatadoras, revelando assim que está na altura de voltar a inspirar correctamente. Então, os lábios separam-se, as bocas abrem-se em direcção ao tecto para que o ar entre sem qualquer impedimento e, assim, os movimentos abrandam progressivamente, revelando a exaustão que começa a apoderar-se dos dois.
Bill sente o peso do outro cair sobre si e não consegue deixar de sorrir, por saber que todo aquele cansaço resultou de uma enorme determinação em dar-lhe prazer. Ergue um braço e pousa-o em cima da cabeça que continua a arquejar encostada ao seu peito, e acaricia meigamente as rastas húmidas e infinitamente compactas. Sente de imediato uns lábios percorrerem o seu pescoço como agradecimento para com aquele gesto de carinho, mas impede-o de continuar, empurrando de novo a cabeça contra o seu peito e afagando a pele escorregadia.
- Agora sou eu que trato de ti. – Determina, para depois soltar uma gargalhada quase áspera. – Mas…Tom, primeiro tens que sair de cima de mim, senão morro sufocado!
O outro ri também, evidenciando assim que a onda de felicidade também o percorre na totalidade. Os olhos de ambos encontram-se e deixam claro que nada os fará arrepender daquele momento tão único, tão perfeito, tão cristalinamente inquebrável. Então, um abraço ganha vida e um novo beijo desflora por entre os lábios rosados e macios. Tudo o que precisam está ali, tudo o que querem não passa daquilo; os dados foram lançados, todas as cartas foram jogadas e nada, nada mais há a perder.
- Hoje dormes aqui comigo. – Diz Tom, quando finalmente interrompe o beijo. – E não quero saber de desculpas e medos, porque hoje não te deixo ir. – Continua, sem dar tempo para que o irmão refute a sua decisão unilateral.
- Durmo, com uma condição… – Riposta, à medida que lança um sorriso simultaneamente inocente e atrevido. – Não vais passar a noite a roubar-me os cobertores! – Termina, sem conseguir desviar-se da almofada que voa na sua direcção.
- Desde quando é que eu roubo cobertores? – Questiona o outro, fingindo-se ofendido.
- Desde sempre! – Bill eleva um pouco as sobrancelhas e conclui o seu raciocínio. – E depois eu morro de frio e depois bem podes esquecer a existência de mais momentos como este. – A sua expressão torna-se propositadamente presunçosa, quase que provocante.
- Mas hoje eu não te deixo morrer de frio. – Replica Tom, enquanto pega no braço magro de Bill e o puxa para si, fazendo-o cair sobre o seu peito e envolvendo ternamente os seus ombros com um abraço protector. – Se dormirmos assim, não tens frio de certeza.
- Se não me roubares os cobertores também não… – Relança, sem no entanto se desprender dos braços que o envolvem e dos carinhos que o cobrem.
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Acordo lentamente, batendo as pestanas e abrindo os olhos um a um. Aperto mais a almofada contra mim e enrosco-me um pouco mais por debaixo dos cobertores. À medida que começo a ouvir a chuva cair lá fora e o vento ser arremessado contra o vidro da janela, baixo a cabeça e volto a fechar os olhos.
Foi um sonho. Nada mais do que isso: um sonho. Por aperceber-me disso, um enchente de lágrimas começa por assolar as minhas pálpebras, ameaçando cair a qualquer hora. Faço uma força quase sobrenatural para não me deixar chorar, mas neste momento tudo é mais forte que eu.
Sempre fui daquelas pessoas que ao acordar não se lembram daquilo que sonharam, tenha sido bom ou mau; mas hoje lembro-me com exactidão de cada gesto, de cada palavra, de cada suspiro. “E isso é mau?”, pergunto a mim mesmo. “É!”, acabo por responder, quase que automaticamente. Na verdade não é o facto de ter sonhado isto que me deixa assim. Não! É o facto de não ter passado de um sonho e de eu ter a certeza de que nunca vai realmente acontecer.
Encolho-me mais por dentro da cama quente e acolhedora e agarro os joelhos contra o peito, deixando agora que as lágrimas escorram sem qualquer entrave, sem qualquer embaraço. Tenho consciência do que fiz durante toda a minha vida, e infelizmente, ainda mais do que não fiz. Sei que podia culpar tudo e todos pela minha fraqueza, mas sei também que o tempo não volta atrás e que, por isso, não vale a pena apontar o dedo a alguém. Aliás, se há alguém que tem culpa de tudo sou eu, e o facto de saber disso faz-me sentir ainda mais sozinho e vulnerável.
Preciso de alguém que me dê a mão, mas a dor torna-se ainda mais aterradora por saber que esse alguém jamais voltará a estar presente. E custa, custa saber que o seu toque passou a ser miragem, arde saber que uma simples conversa agora só é possível em sonhos; tão reais na altura, mas tão distantes ao acordar.
O Tom partiu e eu já estou sozinho à demasiado tempo. Tanto, que render-me a desejos profundos torna-se habitual, chorar a minha fraqueza de espírito converte-se em algo banal. O Tom morreu, e a verdade é que não vivi com ele nem metade daquilo que poderia ter vivido.
O sonho não passa de um sonho, de algo que sempre quis fazer durante a nossa vida, mas que sempre conseguiu ser sobreposto pela minha falta de coragem em admitir sequer para mim mesmo aquilo que sentia. O sonho representa a minha vontade de voltar atrás e viver tudo aquilo que deixei escapar-me por entre as mãos. Nada nem ninguém me garante que o Tom se deixaria levar pelas minhas confissões apaixonadas, mas pelo menos eu não estaria agora a recriminar-me por aquilo que não fiz, por aquilo que não vivi.
Às vezes é preciso que as pessoas deixem de fazer parte da nossa vida, para que percebamos o quão essenciais nos são. Às vezes é necessário que um desejo passe a ser totalmente inalcançável, para que nos sintamos finalmente com forças para o alcançar. Foi isso que me aconteceu, e é por isso que choro: saber que podia ter sido mais feliz e que não fui por minha causa; saber que podia tê-lo feito viver algo único e inesquecível, e não fiz.
E assim ele foi. Sem conhecer a palavra amor, sem conhecer tudo o que poderia ter-lhe dado de mão beijada. Custa saber disso? Custa. Mais do que qualquer outra coisa na minha vida, doí saber que não dei ao meu irmão tudo o que poderia ter dado.
E sei que de nada vale chorar a sua ausência, de nada vale arrepender-me amargamente de tudo; pois nada fará com que o tempo regrida e tudo mude. Sendo assim, nada me resta senão sonhar…E, em sonhos, ser feliz. Ser feliz e fazê-lo feliz. Sei que um dia vamos voltar a encontrarmo-nos. Espero pesarosamente por ele. Até lá, vou cumprir a missão que acabei de incumbir a mim mesmo: viver, e não voltar a deixar que as coisas findem para que a coragem me permita fazer isso mesmo. Viver!
Bill Kaulitz FIM | |
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yaoi Crític@
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| Assunto: Re: Was It a Dream? - One Shot (+16) Seg Set 22, 2008 11:35 pm | |
| esta otimo um pouco triste mas linda a forma que escreves e linda | |
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Lady S. Convertid@
Número de Mensagens : 426 Idade : 34 Localização : Natal - RN Emprego/lazer : Estudante Humor : Sarcástico. Me adicionem no MSN, eu não mordo .-. Sou : Twincest Fan Data de inscrição : 30/11/2008
| Assunto: Re: Was It a Dream? - One Shot (+16) Sáb Fev 21, 2009 5:33 pm | |
| triste i.i muito triste i.i está ótima ;) | |
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